Seminário “Sustentabilidade Energética no Alto Minho 2014-2020”

Realizou-se no passado dia 3 de outubro, nas instalações da Villa Moraes em Ponte de Lima, o seminário "Sustentabilidade Energética no Alto Minho 2014-2020: Plano de Ação, Instrumentos e Ações Prioritárias”, promovido pela Agência Regional de Energia e Ambiente do Alto Minho (AREA Alto Minho), em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM Alto Minho). O objetivo foi reunir o contributo de mais de uma centena de participantes e de um reputado painel de oradores nacionais e estrangeiros, tendo em vista a predefinição de um conjunto de prioridades e iniciativas-âncora a desenvolver no Alto Minho no horizonte 2020, no domínio da sustentabilidade energética nos setores: edifícios, transportes, indústria, agricultura e floresta.

Fruto do amplo debate promovido, primeiramente em sede de focus group temáticos e depois no decurso do seminário propriamente dito resultou claro que, em matéria de energia, o principal desafio que se coloca ao Alto Minho é reduzir as emissões de CO2 em pelo menos 20% até 2020, quer através da utilização de energias renováveis endógenas, quer apostando na adoção de medidas de eficiência energética. No que concerne aos recursos energéticos renováveis endógenos e apesar de terem sido objeto de referência a energia geotérmica, a energia solar, a energia hídrica e a energia eólica, foi dado particular enfoque à biomassa, nomeadamente à de origem florestal, uma vez que, no Alto Minho, este recurso energético é abundante e tem um elevado potencial de aproveitamento ao nível quer do edificado quer da indústria.

Em relação aos edifícios, foi demonstrado o potencial da regeneração urbana tanto para a criação de emprego e subsequente aumento da competitividade como para a melhoria do desempenho energético-ambiental do edificado do Alto Minho. No domínio dos transportes, a tónica foi dada para a necessidade de reorganizar a rede de transportes existente e de continuar a apostar em práticas de mobilidade sustentável.

Questões relacionadas com a necessidade de formar quadros técnicos intermédios; proceder ao levantamento de informação e cadastro de infraestruturas e equipamentos; envolver progressivamente as chefias; informar eficazmente sobre matérias relacionadas com a energia, foram igualmente enfatizadas. Mais, atendendo às semelhanças existentes entre o Alto Minho e a Galiza, a troca de experiência entre congéneres e a abordagem transfronteiriça foi considerada pelos presentes como uma mais-valia e como algo que deveria ser não só aproveitado mas também potenciado.

Numa alusão às metas definidas pela Comissão Europeia para a Energia, no âmbito da Estratégia "Europa 2020”, e ao compromisso assumido no caso de Portugal, o presidente da direção da AREA Alto Minho, Francisco Araújo, destacou que esta é também uma "prioridade regional”. De acordo com Francisco Araújo, a Estratégia e o Plano Global de Ação "Alto Minho 2020” consagram a Energia como uma importante área de atuação que contribui, direta e indiretamente, para tornar o "Alto Minho, uma região competitiva, conectada, atrativa e resiliente”, tendo sido inclusivamente identificados diversos projetos emblemáticos e linhas de ação neste domínio.

Nesse sentido, a CIM Alto Minho, em parceria com a AREA Alto Minho, pretendem agora desenvolver um plano de ação específico que contribua para a estruturação e montagem técnica, financeira e institucional das iniciativas, projetos e ações no domínio da promoção da sustentabilidade energética no Alto Minho 2014-2020, envolvendo, nomeadamente as vertentes da eficiência energética e das energias renováveis, com particular enfoque em temas da sustentabilidade energética nos "Edifícios Residenciais e de Serviços”, nos "Transportes”, na "Indústria” e na "Agricultura e Florestas”; e a elaboração de fichas de ação com elementos chave da montagem técnica, financeira e institucional das principais iniciativas, projetos e ações do referido plano de ação.