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Ponte de Lima abriu a porta do romano na viagem no tempo pelo Alto Minho

2018-05-07
Este fim-de-semana, em Ponte de Lima, recuou-se mais de mil anos para se conhecer e aprofundar a presença romana na região do Alto Minho. O projeto "Alto Minho 4D – Viagem no Tempo”, que está a percorrer a região numa viagem entre o Paleolítico e a época contemporânea, teve a sua terceira paragem este sábado na época romana.

A escolha da porta do tempo do romano para o concelho de Ponte de Lima foi, segundo o vereador da Cultura do município, Paulo Sousa, uma escolha acertada da CIM Alto Minho, começando desde logo pela ponte que atravessa o rio Lima e que foi a primeira estrutura do género construída pelos romanos no norte de Portugal. No âmbito deste projeto, e segundo contou o vereador, irá ser criado "um espaço junto ao Museu do Brinquedo Português, em que será possível interpretar melhor esta fase da nossa história, nomeadamente a comunidade escolar, que poderá redescobrir a época do romano através de um conjunto de equipamentos multimédia e painéis informativos”, que ali serão instalados.

Para o responsável pela Cultura no município limiano, "o projeto Alto Minho 4D – Viagem no Tempo é também uma oportunidade de promover o Alto Minho numa perspetiva integrada e em rede, que possa ser atrativa a nível nacional e internacional para o turismo cultural, onde o Alto Minho tem muito potencial e grande atratividade”.

Além da ponte, que dá o nome à vila de Ponte de Lima, e que apesar de ter sido reconstruída, conserva, segundo o investigador Brochado Almeida, traços da sua identidade: arcos redondos, silhares em fiadas horizontais, forfex e almofadado, o conferencista elencou outras pontes de origem romana, que ainda prevalecem no Alto Minho: Arcozelo e Cepões, em Ponte de Lima; Ázere, em Arcos de Valdevez, e Troporiz, em Monção. 

A estes vestígios junta-se uma extensa rede viária. Na conferência, organizada pelo Centro Cultural do Alto Minho, que decorreu no sábado de manhã, no auditório municipal de Ponte de Lima, o professor da Universidade do Porto, Rui Morais, afirmou que a "Geira é a estrada romana com maior número de miliários do império”. 

Muitos dos vestígios deixados pelos romanos foram, durante o dia de sábado, passados para o papel pelos sketchers urbanos, que viajaram pela vila de Ponte de Lima, para registarem em lápis ou aguarela pormenores do património natural e edificado daquela que é considerada a vila mais antiga de Portugal. Paulo Mendes, que veio do Porto até Ponte de Lima, também se deixou encantar pela presença dos romanos: "A ponte e a igreja de Santo António vistas pela avenida dos plátanos é dos postais mais bonitos de Portugal. Não há nada aqui que não possa encantar ou seduzir um sketcher”, garantiu.

A abertura da porta do tempo do romano prosseguiu durante a tarde, com uma performance pelas Comédias do Minho/ Teatro do Noroeste e Talkie Walkie/ Onda Amarele; e uma visita guiada por Brochado Almeida à ponte romana e aos miliários de Faldejães.

Alto Minho 4D, uma Viagem no Tempo
O projeto "Alto Minho 4D – Viagem no Tempo” está a dinamizar uma atividade por mês, passando pela sede de concelho de cada um dos dez municípios do distrito de Viana do Castelo. Depois de Caminha, Monção e Ponte de Lima, segue-se Ponte da Barca, no dia 16 de junho, com a "Rota do Românico”; Valença, no dia 22 de setembro, com a "Rota dos Castelos e Fortalezas”; Melgaço, no dia 20 de outubro, com a "Rota dos Mosteiros”; Viana do Castelo, no dia 17 de novembro, com a "Rota dos Descobrimentos”; Arcos de Valdevez, no dia 8 de dezembro, com a "Rota do Barroco”; Paredes de Coura, no dia 12 de janeiro de 2019, com a "Rota da Arquitetura Tradicional”; e termina em Vila Nova de Cerveira, no dia 9 de fevereiro 2019, com a "Rota do Contemporâneo ao Futuro”. 

De referir que o projeto "Alto Minho 4D – Viagem no Tempo” é uma iniciativa da CIM Alto Minho, e foi aprovado pelo Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020, no domínio do "Património Cultural”, e pretende criar uma rede de dez rotas/ itinerários cronológicos culturais baseados na história e nos bens patrimoniais do Alto Minho. Com esta iniciativa intermunicipal, cada um dos concelhos do Alto Minho encabeçará uma dessas rotas que funcionará como o "portal” de acesso a uma "estação do tempo” (um núcleo museológico que funcionará num determinado espaço físico), que irá dispor de uma série de valências e no qual se apresentará uma sequência de recursos patrimoniais alusivos a essa rota e a serem visitados não só nesse concelho, mas em todo o território, promovendo-se um circuito (touring) cultural pelo Alto Minho e, consequentemente, a mobilidade turística na região.


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