Igreja paroquial de Refoios, em Ponte de Lima, vai ser palco este sábado de momento musical singular
2018-11-06
É um dos mais talentosos e reputados quartetos de música de câmara de Portugal, estão habituados a pisar palcos nacionais e internacionais, como Espanha, Alemanha, Inglaterra e Finlândia, mas desta feita prometem juntar numa das mais antigas vilas portuguesas a sonoridade quente das trompas de harmonia à personalidade única que só um órgão histórico de igreja pode adicionar. O quarteto de Trompas Lusas* junta-se ao organista Daniel Ribeiro**, já este sábado, dia 11 de novembro, na Igreja Paroquial de Refoios, em Ponte de Lima, para um concerto que será, no mínimo, monumental. Tal como o espaço onde este vai decorrer.
A iniciativa decorre no âmbito do projeto "Sente a História – Ação Promocional de Música & Património – Novas Abordagens, Novos Talentos” que, até julho de 2019, está a realizar 30 concertos em 30 locais históricos do Alto Minho, envolvendo mais de 1500 músicos e 10 municípios. Este é já o décimo primeiro concerto da iniciativa.
Além de permitir uma experiência de história ao vivo, onde a música vai ao encontro da arquitetura dos monumentos, o projeto contempla três linhas de programação (bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em contexto de música de câmara), tendo como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos.
Pelas 18h00 realiza-se a visita guiada ao Centro de Interpretação do Território em Ponte de Lima, um espaço museológico que convida a visitar o território, a experimentar as vivências quotidianas da população limiana, no seu mais puro ruralismo, dando a conhecer práticas agrícolas ancestrais, tradições singulares e testemunhos.
Temas como o cultivo da terra, a confeção do pão, a produção do vinho, do linho e do gado foram sendo recolhidos durante mais de um ano no território do Lima. Instalado nos antigos anexos agrícolas da Casa do Arnado, este Centro de Interpretação dá resposta à inventariação do património imaterial no concelho de Ponte de Lima.
Tanto o concerto como a visita guiada têm entrada gratuita.
*Sobre o Quarteto Trompas Lusas
Desde a sua estreia em 2010 o agrupamento Trompas Lusas tem-se destacado no panorama da música de câmara em Portugal como um dos agrupamentos mais ativos e dinâmicos. O grupo apresenta-se com regularidade em Portugal e no estrangeiro: Espanha, Alemanha, Inglaterra e Finlândia.
Conta com apresentações em festivais nacionais e internacionais, tais como Festival Internacional de Música de Espinho, Sons do Centenário em Paredes de Coura, Festival Internacional de Metais Graves de Alcobaça, Trobada de Trompistas da Catalunha, Festival Internacional de Metais de Alicante, Festival Hércules Brass Celanova, I Congresso Internacional de Trompa em Madrid, 46º Simpósio da Sociedade Internacional de Trompas realizado em Londres, e na Lieksa Brass Week, Finlândia.
Para além de concertos em quarteto as Trompas Lusas partilham frequentemente o palco com outros conceituados artistas, como os trompistas Ab Koster, Radovan Vlatkovic e Nury Guarnaschelli e o tubista Sérgio Carolino. Contam também com várias apresentações da obra Konzertstück op.86, para 4 trompas e orquestra de Robert Schumann, em Portugal e Espanha.
Paralelamente aos concertos o quarteto tem orientado masterclasses e organizado o seu próprio festival, o Festival Trompas Lusas que conta já com três edições. Um certame ímpar a nível nacional que promove vários eventos dedicados à trompa e que tem contado com a presença de jovens trompistas de todo o país. Nele se têm apresentado convidados de renome internacional, como Hermann Baumann, Ab Koster, Radovan Vlatkovic, Marie-Luise Neunecker, Javier Bonet, Abel Pereira ou Sören Hermansson.
Este agrupamento aborda um repertório amplo e variado, desde a Música de Caça, Barroca, Clássica, até à Música Contemporânea e Popular, dando também especial atenção à execução de obras com trompas naturais. Tem colaborado com compositores no sentido de alargar o repertório dedicado à formação, tendo estreado obras de compositores como Kerry Turner, Eurico Carrapatoso, Sérgio Azevedo, Luís Carvalho, Liduino Pitombeira, Jon Hansen, Jorge Prendas, Cláudio Moreira e Vítor de Faria.
A sua discografia conta com dois CD’s: Trompas Lusas (2012) e The Eternal City (2016). Ambos apresentam obras do repertório mais tradicional para a formação, assim como obras em estreia mundial, tendo recebido excelentes críticas.
O agrupamento Trompas Lusas é formado por:
J. Bernardo Silva - licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa na classe de Jonathan Luxton, realizando estudos adicionais com Ab Koster, Radovan Vlatkovic e Javier Bonet. É membro da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música desde 2000. Como músico convidado apresentou-se com todas as principais orquestras portuguesas e ainda com várias espanholas. Leciona na Escola Profissional de Música de Espinho e na Universidade de Aveiro. Foi galardoado com o 1º prémio no Concurso Internacional Philip Farkas em Lahti (Finlândia), em 2002. Apresentou-se a solo com várias orquestras em Portugal e Espanha, interpretando obras de referência do repertório solista.
Bruno Rafael - iniciou os estudos musicais na Artave. É licenciado pela ESMAE (Porto), na classe de Bohdan Sebestik. Atuou como músico convidado com as Orquestras: Sinfonieta, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Filarmonia das Beiras, Orquestra Gulbenkian, Orquestra de Câmara do Minho e Remix Ensemble. Tem orientado masterclasses nas principais cidades e escolas do país. Leciona na Academia de Música Valentim Moreira de Sá, Universidade do Minho e Escola Profissional de Música de Viana do Castelo. Já se apresentou a solo com as orquestras da Universidade do Minho e da Academia Valentim Moreira de Sá. Atualmente é membro da Orquestra de Guimarães.
Nuno Costa - iniciou os estudos musicais na Artave. É licenciado pela ESMAE (Porto), na classe de Bohdan Sebestik, posteriormente frequentou o Mestrado na Universidade de Karlsruhe (Alemanha) na classe de Will Sanders. Tem colaborado com diversas orquestras: Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Orquestra Filarmonia das Beiras, Orquestra Sine-nomine, Orquestra do Norte, Karlsruher Kammerorchester, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras. Leciona no Conservatório do Vale do Sousa, Academia de Música de Espinho e na Escola Profissional de Música de Espinho. É membro da Orquestra de Guimarães.
Hugo Sousa - iniciou os estudos em trompa na Artave. É licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa na classe de Jonathan Luxton. Como artista convidado apresentou-se com: Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Remix Ensemble, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra do Algarve, Orquestra do Minho, Orquestra Sinfónica da Póvoa de Varzim e Orquestra Sine-nomine, entre outras. Leciona no Conservatório Regional de Música de Vila Real, Academia de Música Sociedade Vizelense e Academia de Música de Vila Verde.
**Convidado especial
Daniel Pereira Ribeiro, órgão histórico
Nasceu na cidade de Paredes em 1982, iniciou os seus estudos musicais em 1998 com Pe. João Carrapa.
Em 1999 ingressou no Conservatório de Música do Porto onde frequentou o curso de piano na classe da Prof. Anne Marie Soares. Nessa data iniciou também os seus estudos em órgão sob a orientação da Prof. Rosa Amorim.
Concluiu o Mestrado em Música Sacra na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, tendo estudado Órgão e Improvisação com Giampaolo Di Rosa, Composição com Eugénio Amorim, Música de Câmara com Cesário Costa, e Direção Coral com Barbara Franke.
Concluiu o Mestrado em performance musical na Hochschule für Musik und Tanz Köln (Colónia – Alemanha), na classe do Prof. Winfried Bönig. Concluiu ainda o mestrado em ensino da música na Universidade Católica Portuguesa.
Participou em cursos orientados pelos Profs. Graham Barber, Stefan Baier e Hans-Ola Ericsson.
Possui uma atividade musical regular, a solo ou integrando diversas formações instrumentais. Participou em diversos festivais e ciclos de música para órgão em Portugal e no estrangeiro.
Leciona a disciplina de Órgão no Conservatório de Música de Barcelos e no Seminário Maior do Porto.
Sobre o "Sente a História”
O programa cultural "Sente a História – Ação Promocional de Música e Património – Novas Abordagens, Novos Talentos” apresenta características inéditas no país. Centrado na capacitação, valorização e no desenvolvimento de competências de diferentes gerações de músicos locais, bem como na criação de novos talentos, o programa decorre de 13 maio de 2018 a 20 de julho de 2019 e envolve os municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.
Além de permitir uma experiência de história ao vivo, onde a música vai ao encontro da arquitetura dos monumentos, contempla três linhas de programação (bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em contexto de música de câmara), tendo como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos.
As bandas filarmónicas, com os novos maestros a garantirem o rejuvenescimento desta arte na sequência das ações de capacitação deste programa, vão atuar em contexto de concerto com interpretações surpreendentes com jazz, rock, fado, música barroca, popular ou erudita, em formato acústico ou com o som amplificado.
No que diz respeito aos coros, vai estar também patente o cruzamento da tradição com a inovação. Exemplo disso é o facto de o cantor popular repentista Augusto "Canário” ter escrito as letras das canções que vão invocar as lendas da região. Em paralelo, seis compositores de referência do jazz à música erudita (Afonso Alves, Eurico Carrapatoso, Carlos Azevedo, Fernando Lapa, Mário Laginha e Telmo Marques) compuseram sobre as palavras do sentir tradicional, 10 peças corais polifónicas dedicadas a uma lenda de cada município e, ainda, um Hino do Alto Minho. Vozes de todos os coros da região vão fundir-se no Coro Intermunicipal do Alto Minho, num gran finale a encerrar o projeto em julho de 2019, onde interpretarão todas as canções das lendas e o Hino do Alto Minho.
De modo a fomentar os tesouros patrimoniais do Alto Minho, os dias em que ocorrerem os concertos serão também de património aberto, ocorrendo ainda visitas e tours guiados. Os horários das aberturas e os locais de interesse a visitar serão divulgados em www.senteahistoria.com, app e nas redes sociais da iniciativa. Em simultâneo irá decorrer um passatempo onde os visitantes poderão registar fotografias suas, tiradas nessas visitas e concertos, habilitando-se a ganhar vouchers para desfrutar em restaurantes da região.
A iniciativa é organizada pela CIM Alto Minho, produzida pela Eventos David Martins e cofinanciada pelo Norte2020 – Programa Operacional Regional do Norte e encontra-se integrada no Ano Europeu do Património Cultural em Portugal.