CIM Alto Minho apresentou projecto pioneiro de gestão florestal
Os representantes da Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM Alto Minho) reuniram-se no dia 18 de Fevereiro, no Governo Civil de Viana do Castelo, com o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro, para analisar a viabilidade de concepção de um novo modelo de gestão florestal, de forma a permitir a defesa e o desenvolvimento da floresta do Alto Minho e a afastar radicalmente o cíclico problema da sua destruição.
Este encontro, promovido pelo Governador Civil de Viana do Castelo, a pedido da CIM Alto Minho, teve por base um dossier que resultou de diversas reuniões de trabalho com os representantes de todos os municípios da CIM, no qual é proposta a descentralização de competências em matéria de gestão e administração das áreas comunitárias do regime florestal para a Comunidade.
Refira-se que a CIM Alto Minho já teve a oportunidade de dialogar sobre este assunto com os secretários de Estado da Protecção Civil e do Ambiente, que manifestaram abertura para esta forma de abordagem, remetendo, no entanto, uma decisão sobre este assunto para a tutela das Florestas.
Rui Barreiro considerou muito interessante a proposta lançada pela CIM Alto Minho, tanto mais de este ser o Ano Internacional da Floresta. Anunciou ainda que serão criados todos os expedientes para avaliar a integração legislativa desta proposta, tendo em vista a sua materialização a curto prazo.
No caso particular do Alto Minho, a floresta assume um papel essencial, enquanto valor económico, ambiental e paisagístico, de que depende sectores tão estratégicos como o turismo, valorizado pelo facto de aqui se localizar o único Parque Nacional, reconhecido pela UNESCO como uma das sete reservas mundiais de biosfera, sendo também um traço da sua identidade cultural e factor de atractividade de novos residentes ou actividades económicas.
A isto acresce o facto de mais de dois terços do território do Alto Minho ser área florestal, da qual mais de metade está sujeita ao regime florestal, e que infelizmente tem sido devastada pela calamidade dos incêndios. Só em 2010 a vaga de incêndios que Portugal sofreu teve no Alto Minho uma incidência devastadora, com cerca de 30.650 ha ardidos, o que significa 20 por cento da sua área florestal, situação que não tem paralelo no País.
Assim, quando a CIM propõe um novo modelo de gestão florestal, é na tentativa de criar condições para que tal não se torne a repetir a esta escala, ao mesmo tempo que pretende uma gestão mais eficaz da floresta e dos seus recursos.