Alto Minho entrega equipamentos de proteção individual às corporações de bombeiros da região
A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) vai entregar nos próximos dias, em articulação com os dez municípios do Alto Minho, os primeiros equipamentos de proteção individual (EPI’s) para combate a incêndios em espaços naturais, às 12 corporações de bombeiros da região. O anúncio foi feito numa conferência de imprensa realizada no dia 3 de fevereiro, em Ponte de Lima, onde estiveram presentes, além dos presidentes da CIM e dos Municípios do Alto Minho, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, o comandante Operacional Distrital de Viana do Castelo e o segundo comandante dos Bombeiros Municipais de Viana do Castelo.
A entrega dos EPI’s vem no seguimento de uma candidatura apresentada pela CIM ao Programa Operacional de Valorização do Território (POVT),com o objetivo de equipar de forma transversal e uniforme 50% do quadro ativo dos corpos de bombeiros profissionais e voluntários do Alto Minho, nomeadamente, as corporações de bombeiros voluntários de Arcos de Valdevez, Caminha e Vila Praia de Âncora, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira; e o corpo de bombeiros profissionais em Viana do Castelo. No total, trata-se de um universo de 12 corporações de bombeiros com um quadro ativo de mais de 600 efetivos.
O equipamento adquirido é composto por 208 capacetes florestais, 376 capuzes de proteção (cogulas), 395 fatos de proteção individual (conjunto de calça e dólmen), 379 luvas e 367 botas, num investimento de 140 mil euros. A candidatura permitiu uma comparticipação de 85% do valor do material, tendo sido ainda formalizado um protocolo entre a CIM Alto Minho e a Autoridade Nacional de Proteção Civil, para a comparticipação de 7,5%, sendo os restantes 7,5% suportados diretamente pelos municípios.
Para o presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Alto Minho, José Maria Costa, este projeto visa contribuir para uma maior segurança e maior eficácia no combate aos incêndios em espaços naturais, constituindo também um exercício de preparação para outras ações de aproveitamento de fundos comunitários no âmbito do próximo ciclo de programação.
Luís Brandão Coelho, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, agradeceu este apoio, salientando que o projeto em causa representa um passo significativo para a vida das corporações de bombeiros no sentido de uma maior qualidade no serviço prestado às populações.
Refira-se que o Alto Minho é maioritariamente ocupado por espaços florestais (cerca de 157.376 hectares, representando 71% do total do Alto Minho), dos quais cerca de 44% são não arborizados e 27 % arborizados. A problemática dos incêndios florestais apresenta uma importância acrescida, uma vez que este território alberga um conjunto elevado de espaços naturais classificados na rede fundamental de conservação da natureza. Na última década, em termos médios, o Alto Minho perdeu cerca de 9.500 ha de floresta/ano, tendo as ocorrências superado as 1.500 por ano. Acresce ainda que o Alto Minho é, segundo dados da ESPON - Observatório Europeu em Rede para o Desenvolvimento e Coesão Territorial, uma das áreas, no contexto europeu, com maior risco de futuro aumento dos incêndios florestais em resultado do potencial impacto das alterações climáticas.
Assim sendo e desempenhando as corporações de bombeiros profissionais e voluntários funções centrais no âmbito da prevenção e da defesa da floresta – um dos principais ativos estratégicos do território, a CIM e os municípios do Alto Minho reconhecem ser fundamental o reforço da sua capacidade de intervenção e a melhoria das suas condições de segurança.